É raro falar de mim, mas o que enfrentei em 2016 foi uma etapa difícil..
Tudo começou quando fiquei internada no sto antonio.. Fiquei lá sem conhecer ninguém e achava tudo diferente.. As pessoas, pouco me adaptei ao sto antonio..
Passando alguns meses já me estava a apegar às pessoas e principalmente às minhas companheiras de quarto Ana Patrícia pimenta e a dona orquidea e também conheci outra companheira de quarto a Catarina Oliveira..
O meu obsjectivo que fui para lá no sto antonio da fisiatria, era fazer desmame do ventilador e tirar o tubo da traqueostemia..
Lembro me como se fosse hoje, o meu dia a dia lá de internamento eram duros e cansativos..
Cansativos do tipo acordar cedo e todos dias fazia ginástica, chegava ao fim da noite e adormecia logo.
Muitas vezes pensei em desistir, outras vezes chorava e então um enfermeiro disse me "sofia a vida é assim difícil e tudo sabes bem, quando deres conta e já estás em casa"
E também falou me outras coisas da vida que ele ajudou imensas pessoas na fisiatria.
Essas palavras ajudou me e ainda me deu mais garra!
À medida que os dias foram passando, comecei a ficar melhor dos meus pulmões com a ginástica que fazia todos os dias..
Depois fui reduzindo o ventilador, até que cheguei uma noite que fui vigiada porque alterei muita coisa e houve um momento que me retiraram a traqueostemia.
Antes de tirar a traqueostemia fiz imensos exames do tipo meteram um tubo pelo nariz até às cordas vocais, lembro me nesse dia que fiquei super cansada e de rastos..
Após tirar a traqueostemia, também fiquei cheia de medo e sempre pensativa do que puderia acontecer sem a traqueostemia.
Até que deixei o ventilador durante a tarde toda e só o usava durante a noite com máscara..
A luta era difícil e ainda continua todos os dias com ginástica ainda e sempre com vontade de mais e mais..
Mais esperançosa e mais batalhadora...
Numa vez uma tia quando me visitou no hospital, emocionou se porque eu já não tinha a traqueostemia e já falava sem o tubo...
Após quase 3 meses foi o meu último dia no internamento e consegui o objectivo e quando saí chorei imenso pelas amizades que deixei enfermeiros, enfermeiras, auxiliares e médicos..
Deixou me com saudades até agora e ainda agora falo com vocês =)
No mês de setembro desse ano fui de novo para o sto antonio fazer operação às adenoides e fechar o buraco da traqueostemia.. Porque só usava um penso... Fiquei internada e noutro dia fui operada.. Fiquei em observação nos cuidados intermédios no sto antonio..
Porque era sempre uma operação de risco claro..
Foram 4 dias sem comer, até comecei a comer só coisas frias..
Um deles foi um gelado e eu toda contente!!
Os 4 dias lá apesar de serem difíceis também claro, também foi de aprendizagem.
Fui passada para outro sitio, comecei a comer já coisas sólidas e liquidas e já me sentia melhor.
Quando voltei para casa, a primeira coisa que reparei foi na minha cicratriz do pescoço e a pensar no recuar do tempo de tudo que passei e nestes momentos em que tive o apoio da minha família.. Meu pai, minha boamadrasta, meu irmão, meu segundo irmão Ruben (primo) e minha família toda seja materna e paterna..
Não acho que eu seja uma inspiração, mas todos dizem que sou, mas também digo que não sei como superei tanta coisa e que seja um exemplo para as pessoas que enfrentam a vida e que agarrem a vida com unhas e dentes e sintam apoio da vossa família tal como eu senti da minha família ★✩
